O Papel da Gramática Normativa no Ensino da Língua Portuguesa
Aurizete de Oliveira Silva Calheira¹
RESUMO
O ensino de gramática nas escolas acontece, em sua maioria, de forma tradicional, por meio de métodos que se baseiam exclusivamente nas regras e noções da gramática normativa. Assim, visando respaldar o alunado no domínio da norma padrão, a escola, não considera os conhecimentos lingüísticos que sua clientela já possui e aborda exclusivamente nas aulas de língua portuguesa a gramática normativa. Nesta perspectiva, a norma padrão passa a ser vista como a única maneira correta de usar a língua, em detrimento das variedades existentes na sociedade. Diante disto, pretendemos com este artigo, analisar a função da gramática normativa no ensino de língua portuguesa. Visto que, não entendendo-a como a única forma correta de uso da língua, mas sim como a variedade que possui a função de estabelecer regras para o uso da língua, sendo então a mais usada em salas de aula como forma de padronizar a utilização da língua materna.
Palavras-chave: Linguagem; gramática normativa; ensino; língua portuguesa.
INTRODUÇÃO
A gramática normativa tem a função de estabelecer regras para o uso da língua, sendo, então, a mais usada em salas de aula como forma de padronizar a utilização da língua materna. E isto faz emergir preconceitos em relação às variedades trazidas pelos educandos e a falsa noção de que estes não sabem “português” ou que esta é difícil de ser compreendida.
Quando os educandos chegam à escola, já possuem conhecimentos a respeito das regras da língua portuguesa, estes, adquiridos intuitivamente e inconscientemente e dominam uma gramática implícita, ou seja, a que eles já utilizam efetivamente. Conjugam verbos, fazem concordância, estruturam frases, etc., demonstrando que “sabem” português.
_____________________
¹ Especialista em Literatura Brasileira (Universidade Católica de Minas Gerais / 1994), Graduada em Letras pela