Definição da lingua portuguesa
Ao estudarmos a linguagem humana aproximamo-nos do que se poderia chamar a “essência humana”, as qualidades distintivas da mente que são, tanto quanto sabemos, exclusivas do homem.
Noam Chomsky.
Um estudo desta natureza não pode se furtar à (re) apresentação das concepções de língua e gramática que norteiam o trabalho do professor e dentro do espaço escolar do ensino de línguas, mais especialmente, do ensino de língua portuguesa, para muitos: língua materna.
Para maior clareza e brevidade, optamos por transcrever a análise dos conceitos de língua feita por Bakhtin (1999, p. 85) por constituir um dos estudos que abrange, de maneira crítica, os desdobramentos do conceito “língua”, focalizando em que esses conceitos estão fundamentados e as implicações deles para o ensino de línguas: i) concepção língua, chamada por Bakhtin “subjetivismo idealista”.
1. A língua é uma atividade, um processo criativo ininterrupto de construção (“energeia”), que se materializa sob a forma de atos de fala individuais. 2. As leis de criação lingüística são essencialmente leis individual-psicológicas. 3. A criação lingüística é uma criação racional análoga à criação artística. 4. A língua, na qualidade de produto acabado (“ergon”), na qualidade de sistema estável (léxico, gramática, fonética) se apresenta como um depósito inerte, tal como a lava esfriada da criação lingüística, abstratamente construída pelos lingüistas em vista de sua aquisição prática como ferramenta pronta para o uso.
ii) Língua sintetizada como: “objetivismo abstrato”:
1. A língua é um sistema estável, imutável, de formas lingüísticas submetidas a uma norma fornecida tal e qual à consciência individual e peremptória para esta. 2. As leis da língua são essencialmente leis lingüísticas específicas que estabelecem vínculos entre os signos lingüísticos no interior de um sistema fechado. Essas leis são objetivas em relação a toda consciência subjetiva. 3. Os vínculos