Análises Ortográficas
Arnaldo de Oliveira
Professor de Língua Portuguesa
RESUMO: O artigo trata de olhares sobre a gramática e ensino da língua portuguesa: análises científicas. A base que norteia o conteúdo do texto é um diálogo entre descrição lingüística e os efeitos de sentido nos discursos produzidos sobre a disciplina gramática, sobretudo no que tange à constituição histórica do sentido predominante nos diversos níveis do ensino de língua: ensino básico e ensino superior.
Palavras-Chave: gramática; análise da língua; lingüística; disciplina.
“Porque isto de falar ou escrever bem tem de ser dentro das margens. Como um rio manso e leve; tão educado que não acorde poeira no fundo. Um rio que passe com essa eterna transparência que, verdade autografada, só a morte possui. Seja então a pureza pela morte trazida e por ela conservada.” (Couto, Mia. Cronicando. 2ª ed. Lisboa: Caminho, 1993, p.163-5)
I - O presente artigo é resultado de uma palestra proferida por mim na semana acadêmica de Letras do Campus Universitário de Araguaína – Fundação Universidade do Tocantins. Naquela semana estávamos pondo em questão o ensino de gramática na graduação do curso de Letras, uma vez que era unânime o desencanto com a disciplina e as complexidades das correntes teóricas, que mais confundiam do que esclareciam para uma boa formação de base na licenciatura.
Falar sobre gramática e ensino é uma tarefa comparada ao caminhar sobre um tapete de ouriços, uma vez que os discursos produzidos no decorrer da história internalizaram valores e modelos – barreiras difíceis de serem ultrapassadas - pois promovem categorias de pensamento que não se podem mudar de uma ora para outra. Entretanto, como os estudos não podem (e não devem) parar, é preciso divulgar alguns pensamentos outros assentados em pesquisas com uma fundamentação teórica alternativa sem deixar de ser consistente, sem o que seria impossível,