o outro lado da moeda
Nos últimos meses, incertezas sobre a política monetária norte-americana desestabilizaram os mercados e fizeram com que houvesse fluxos de dólares saindo de diversos países, principalmente dos emergentes, em direção aos EUA. A depreciação do real e suas influências na indústria são tópicos a serem discutidos, sobretudo no que tange a competitividade, os bens intermediários importados (insumos e matérias-primas) e os estoques. Porém, os movimentos cambiais são apenas um lado da moeda no desenvolvimento da indústria brasileira e não devem ser vistos como a solução para os problemas do setor manufatureiro.
É natural que o real depreciado eleve os custos de cadeias produtivas dependentes de insumos importados, apesar de criar um momento mais favorável para a venda dos produtos estocados em períodos anteriores à alta do dólar. Tal situação torna a indústria brasileira mais competitiva, devido ao relativo barateamento dos produtos exportados. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), segmentos que utilizam mão de obra intensiva, como o agrícola e o têxtil, serão alguns dos beneficiados por esta última dinâmica.
Analisando a publicação dos Indicadores de Custo feita pela CNI pode-se extrair que as despesas com bens intermediários têm contribuído para aumentar o custo total do setor. No primeiro trimestre de 2013, o dispêndio com insumos e matérias-primas importados cresceu 12,3%; já no segundo trimestre, 4,9% (ambos comparados com os respectivos períodos do ano anterior). Vale ressaltar que, por mais que a elevação dos custos tenha se apresentado menor no segundo trimestre, esta não condiz com o intensivo ciclo de desvalorização do real verificado no período.
Ainda com base em relatórios da CNI, nota-se que, desde março deste ano, o nível de estoques vem subindo. Os Indicadores de Estoques Finais ficaram todos acima dos 50,0 pontos, indicando crescimento efetivo e acima do planejado. Isto é negativo do ponto de