O Nordeste de Djacir Menezes.
Djacir acredita, ainda, que há pelo menos três nordestes diferentes. O primeiro é o nordeste do litoral e dos vales úmidos, o segundo das praias baixas e arenosas e o terceiro nordeste aquele do sertão da caatinga. Segundo o autor, a economia deste último nordeste (do sertão da caatinga) não produziria uma modernização ou crescimento duradouro, visto que as grandes estiagens revelariam a incapacidade de gerar uma organização social mais complexa e estável.
Em, O outro nordeste, Djacir também aponta o elemento indígena como elemento étnico de maior contribuição para a formação do sertanejo. Em outro momento, faz um panorama sobre o sertão turbulento e as conseqüências dessas agitações. “O sertão, portanto, é uma sociedade turbulenta, inquieta, sem fisionomia, permeada de revoltas e rebeliões” Uma conseqüência disso foi a formação de “governos domésticos” com todo tipo de expropriação, enriquecimento ilícito, violência, etc. Ainda no contexto eufórico desse Nordeste, Djacir mostra algumas revoltas ocorridas na região, como o Banditismo e Fanatismo.
Por fim, Djacir Menezes procura estudar a realidade social nordestina através da “aplicação do método científico na pesquisa objetiva dos fatos sociais”, utilizando-se da sociologia e da orientação materialista, oferecendo, portanto, uma resposta materialista para a questão do Nordeste.