Gonçalves Dias
Este trabalho tem como proposta, em um primeiro momento, fazer uma análise do poema de Gonçalves Dias, “A Canção do Exílio”, que foi escrito em 1843, enquanto o autor estava cursando Direito em Coimbra, Portugal. Poema este que é, talvez, um dos mais emblemáticos e reconhecidos da literatura brasileira, escrito durante a época do Romantismo, e, até hoje, reproduzido em antologias, livros didáticos, entre outros.
É também parodiado, citado e recriado por diversos outros autores e poetas, que aqui vou me preocupar em estudar num segundo momento, podendo citar, a princípio, um contemporâneo seu, Casimiro de Abreu, que escreveu um poema com o título homônimo. Também Oswald de Andrade, com o seu “Canto de Regresso à Pátria”; Carlos Drummond de Andrade, publicando “Nova Canção do Exílio” entre outros autores que ajudam a perpetuar esta obra como uma das mais importantes de seu gênero presente na nossa literatura.
II - “A Canção do Exílio”, Gonçalves Dias
O poema “A Canção do Exílio” foi produzido no primeiro momento do Romantismo Brasileiro, onde a sociedade vivia uma forte onda de nacionalismo e de sentimento ufânico em relação a sua terra, dada a recente proclamação da Independência em 1822. Assim sendo, a sociedade estava vivendo quebra do laço do Brasil colônia de Portugal para um novo paradigma: o do Brasil independente. O poeta, então, decide mostrar a sua aversão à sociedade e aos valores portugueses ao mesmo tempo que demonstra e exalta o valor da sua própria terra e dos seus recursos naturais, estruturando o poema de forma dicotômica, tendo de um lado a paisagem européia e de outro lado a sua terra natal, como é mostrado no trecho que segue:
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. É também característica do poema o uso dos