Resenha: menezes, djacir. capítulo i - o ecúmeno do pastoreio nordestino. in: o outro nordeste – ensaio sobre a evolução social e política do nordeste da “civilização do couro” e suas implicações históricas nos
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Djacir Lima Menezes (Maranguape, Ceará, 16 de novembro de 1907 - Rio de janeiro, 1996), ilustrado cearense, traz, no texto abordado, uma tentativa de entender e explicar a formação sócio-antropológica do sertanejo, procurando estabelecer o modo como se deu o processo de interiorização do Nordeste Brasileiro e seus respectivos desdobramentos, baseado na análise cientificista da geografia local, assim como da psicologia coletiva que tomou forma a partir dos desenlaces da ocupação do terreno, para tanto, fazendo uso de dois tipos básicos de agentes sociais: o fanático e o cangaceiro – sendo, este último, o ponto central da leitura em questão, pois conta com especial atenção ao ter sua atividade subdividida em ciclos e modos de concepção. Muito embora os predicados acadêmicos do Dr. Djacir sejam incontestáveis (visto que galgara o posto de reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e fundador do Centro de Estudos Brasileiros em Buenos Aires, bem como do Centro Cultural Brasil-Bolívia em Lapaz, entre outras posições de destaque intelectual) e tenha começado seu livro declinando diversas teorias que já existiam a respeito do determinismo biológico e geográfico que versavam seu preceitos sobre a gênese do sertanejo, em certos pontos criticando-as de forma leve e condescendente, é de causar espécie o quão anacrônica (termo colocado, aqui, não no sentido histórico, de ver o passado com os olhos do presente, mas em seu significado léxico original, de estar em dessincronia com seu próprio tempo) aqui se faz sua leitura do processo que deu origem ao povo do Sertão. Se levarmos em consideração que a primeira publicação da obra – que conta com um título de “O Outro Sertão” – data do ano de 1970, teremos, em seu acervo fundamentador, um ideário que remonta aos meados do século XIX. Dentre os principais elementos que podemos identificar o positivismo ferrenho, francamente aludido ao tratar da necessidade de se fazer um estudo científico apurado dos tipos humanos com base nos