O livro apologia da historia
(P. 69) 1. Características gerais da observação histórica.
As características mais visíveis da informação histórica foram muitas vezes descritas. O historiador, por definição, está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda. Das eras que no procedem, só poderíamos portanto falar segundo os testemunhos. Em suma, em contraste com o conhecimento presente, o do passado seria necessariamente “indireto”.
Onde muitas vezes não existe a necessidade de uma transmissão humana(como relatos escritos etc)) De vez em quando não existe nada entre a coisa e nós.
Como primeira característica, o conhecimento de todos os fatos humanos no passado, da maior parte do presente, deve ser um conhecimento através de vestígios. Quer se trate de ossadas emparelhadas nas muralhas das Síria, de uma palavra cuja forma ou emprego revela um costume, de um relato escrito, etc. O que entendemos efetivamente por documentos senão um “vestígio”, quer dizer a marca, perceptível aos sentidos, deixada por um fenômeno.
O passado é por definição, um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e se aperfeiçoa.
Os exploradores do passado não são homens livres. O passado é seu tirano. Proíbe-lhes conhecer de si qualquer coisa a não ser o que ele mesmo lhe fornece. Por exemplo: Jamais estabeleceremos uma estatística dos preços na época Merovíngia, pois nenhum documento registrou esses preços em número suficiente.
Em virtude dessa lacuna, toda uma parte de nossa história necessariamente incide sobre o aspecto, um pouco esvaído, de um mundo sem indivíduos. Muitas vezes algumas questões são impossíveis de responder como o exemplo acima. Nesses momentos a melhor coisa a dizer é “não sei, não posso saber”.
2.Os testemunhos.
“Heródoto de Túrio expõe aqui suas pesquisas, afim de que as coisas feitas pelos homens não sejam esquecidas com o tempo e que grandes e maravilhosas