O impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem
O Impacto do Conceito de Cultura Sobre o Conceito de Homem
Enviado por Danilo Christiano Antunes Meira, em 17 de maio de 2008
O antropólogo francês Lévi-Strauss afirma que a explicação científica busca substituir complexidades pouco compreensíveis por complexidades mais compreensíveis, e não reduzindo exclusivamente a complexidade como se imagina. Partindo deste princípio, Clifford Geertz ensina que as ciências sociais, muito mais complexas por sua essência, também devem buscar a ordenação de sua complexidade.
A idéia iluminista defendia que o homem, mesmo inserido em diversos contextos, costumes, crenças e lugares, poderia ser definidos por suas características gerais, presentes em todos os indivíduos da sua espécie. Esta generalização, que buscava a simplicidade de análise e definição, falhou em vários aspectos que, por serem muito superficiais, perderam o sentido da própria definição ou tornaram por demais complexa a distinção entre características gerais e características localizadas.
Assim, diferente da idéia iluminista do homem – regulada, invariante e simples, o avanço da concepção científica da cultura propiciou uma nova idéia de homem, muito mais complexa do que se imaginava, e que até então os estudos não conseguiram organizar. É a partir do reconhecimento do homem com suas características gerais e do homem como fruto de lugares e épocas distintas é que a antropologia busca defini-lo.
De fato, apesar de a espécie humana possuir distintivas universais, é improvável que se possa definir um indivíduo como um ser desprovido das características impostas por sua cultura, necessárias até mesmo para situá-lo como membro de uma determinada sociedade. Todavia, também não se pode perder a essência do homem em suas características irrelevantes, o que fatalmente levaria sua definição a diversas caracterizações meramente pessoais e localizadas.
Conforme Clifford Geertz, todas ou virtualmente todas as correntes teóricas que tentaram