O imaginário poético

O Imaginário Poético de Paulo Meira

Observar os trabalhos de Paulo Meira é cercar-se do imaginário do artista. Suas obras são narrativas alegóricas, as quais, de certa forma, tangenciam as questões de corpo, tempo e comunicação.
Em suas instalações Paulo Meira aproxima objetos usualmente separados, altera suas dimensões, atribuindo-lhes novos sentidos e significados. Para isso, o artista utiliza os mais diferentes meios, como pintura, instalação, fotografia, vídeo e performance. É parte importante de sua obra pesquisas sobre o corpo, realizadas através de performances registradas em vídeo. (www.cultura.gov.br/brasil_arte_contemporanea/?page_id=96)

Imaginário
O imaginário faz parte da representação como tradução mental da percepção de uma realidade exterior. A representação imaginária está carregada de afetividade e de emoções criadoras e poéticas.
No imaginário não há uma imposição de sentidos na representação do social, dirigida a interesses de grupos ou classes sociais. Conforme formula Gaston Bachelard em “O ar e os sonhos”, um ser privado da função do irreal é um neurótico, tanto como o ser privado da função do real (página 7). Bachelard examina nessa obra a proximidade do imaginário no real e o trajeto contínuo do real ao imaginário.Este, ao libertar-se do real que são as imagens primeiras, pode inventar, fingir, improvisar, estabelecer correlações entre os objetos de maneira improvável e sintetizar ou fundir essas imagens.
O processo do imaginário constitui-se da relação entre o sujeito e o objeto que percorre desde o real, que aparece ao sujeito figurado em imagens, até a representação possível do real. Esse possível real consiste na potencialidade, no conjunto de todas as condições contidas virtualmente em algo. Paulo Meira materializa suas traduções mentais em obras de arte utilizando-se de vídeos, pinturas e fotografias, enunciando essa virtualidade, supondo uma incerteza perante a observação de suas obras, afinal, o imaginário rompe com as