O futuro da gestão
O futuro da gestão
Peter Drucker já entendia a gestão como função social. Tânia Fischer, professora de administração da
Universidade Federal da Bahia e coordenadora de um inovador curso de gestão social, vai além: toda gestão no futuro terá de ser uma gestão social
E
m que consiste a gestão contemporânea? Como a gestão e a tecnologia podem servir aos objetivos de transformar a sociedade promovendo o desenvolvimento?
Essas questões fazem parte da agenda acadêmica neste primeiro decênio do século 21. Vivemos a aurora de paradigmas que orientarão gestores e pesquisadores nos próximos anos.
Os sete primeiros anos do século 21 para o Brasil podem ser avaliados como anos de transição de um país que vive, simultaneamente, a desconstrução e a reconstrução democrática. São também os anos de transição de concepções e práticas administrativas dominantes no século 20, originadas na empresa, para outras formas de gestão emergentes, derivadas da sociedade. O ideário gerencial herdado do século 20 foi revivido inúmeras vezes e as criativas e consistentes contribuições dos clássicos da administração foram recicladas por ondas e modismos gerenciais que se perderam na tradução feita ao sul do equador. Embora se observe que valores e fórmulas gerenciais estão em declínio, a primeira década do século 21 tem sido pródiga em desafios, requerendo novas perspectivas de gestão.
Ao mesmo tempo que a gestão saiu do controle dos líderes visionários dos anos 90, as formas articuladas de organizar e gerir demandaram criatividade e instrumentos mais sensíveis, sobretudo se pensarmos na onda de crises e catástrofes desencadeadas desde o episódio das torres gêmeas, símbolo da queda dos poderes constituídos até então. As organizações tornaram-se mais complexas.
Tendo a própria realidade como o exemplo mais próximo, vive-se o esgotamento de modelos de gestão pública no cenário nacional. As sucessivas crises de governança no setor aéreo são um indicativo de que os problemas não