O Funk como cultura O Funk é visto por muitas pessoas como um estilo de música pobre, sem complexidade em sua letra, como um ritmo “agressivo” aos ouvidos, resumindo, “música para favelado”. Mas, esse é o ponto de vista da população que tem condições de acessar qualquer tipo de cultura musical, frequentando desde shows de rock até concertos de música clássica. Já os moradores de periferia que não tem acesso a todos os estilos de música, recorrem ao funk, até mesmo pelo fato de que é produzido por pessoas de comunidade, para a comunidade. O “Funk” nasceu originalmente nos EUA, ele não era o que conhecemos hoje, foi feito a partir da junção de jazz, soul e blues, criado por músicos negros da periferia norte-americana, na década de 1960. Porém, o funk que conhecemos hoje é o carioca, que modificou a essência americana em meados de 80 e na década de 90 tomou conta dos bailes das comunidades. Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido. Atualmente, existe o “Funk ostentação” no qual os Mc’s, cantores de funks, passam mensagens de superação e de objetivo alcançado, afirmando que todos podem conseguir à tão esperada ascensão econômica. Em suas produções de clipes, exibem carros importados e rápidos, mulheres consideradas “gotosas”, bebidas de alto nível e muito dinheiro, um sonho para a maioria esmagadora dos habitantes de comunidades. No final do ano de 2013, a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) do Rio de Janeiro, cidade onde abriga centenas de favelas e dentre elas a maior do mundo, reconheceu o funk como movimento cultural e musical de caráter popular. Esse “título” atribuído ao funk gerou muita polêmica, pois a população de outras classes sociais repudia o estilo musical, assim, deixando as diferenças impostas pelo poder aquisitivo, ainda mais acentuadas. O projeto de leis propõe que o poder