estudos culturais funk
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012
Carioca por Cariocas
Uma análise da representação do funk nos jornais O Globo e O Dia1
Libny Silva Freire2
Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ3
Resumo
Este artigo busca investigar a representação do gênero musical funk através dos jornais cariocas O Globo e O Dia. Muitos discursos giram em torno do ritmo, tanto no sentido de marginalizá-lo quanto de legitimá-lo como expressão cultural. Após diversas manifestações populares e com envolvimento de artistas como Dj Marlboro e Fernanda
Abreu, em 2009 a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro - Alerj - reconhece o funk como patrimônio cultural carioca. Após 1 ano de vigência da lei de reconhecimento analisamos a cobertura jornalística, mais precisamente, as edições de O Globo e O Dia agosto e setembro - sobre o gênero musical em questão. Buscamos compreender como os discursos estão sendo construídos em relação ao funk e quais as possíveis representações e significações produzidas na sociedade carioca.
Palavras-chaves: Mídia; Funk; Cultura; Identidade; Rio de Janeiro.
A cultura funk
Considerado como uma das expressões musicais africanas no Brasil, o gênero funk chega à periferia do Rio de Janeiro nos anos 70. Influenciado por ritmos americanos, era executado somente em inglês nos bailes da periferia e nas favelas cariocas e com o passar dos anos, foi se desenvolvendo como um estilo e produção reconhecidamente cariocas, inclusive por suas letras passarem a ser em português. Um dos motivos pelos quais é repudiado por demais classes sociais é por ter nascido de uma juventude negra, mulata e pobre dos subúrbios carioca (SÁ, 2007).
Pensando cultura, não somente como uma manifestação popular, mas sim como um conceito identitário, de criação, de trocas entre demais culturas, que sofrem
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Trabalho apresentado