Funk carioca: a voz do morro
Letícia Jábali
Brasília
Julho/2013
1. INTRODUÇÃO
O funk carioca está em alta. Depois de ter se estabelecido na sociedade e consagrado nomes, a música de origem popular atinge hoje a chamada classe alta. Outra coisa que chama a atenção para o funk atualmente são os estudos realizados sobre este “movimento”, porém o ritmo ainda sofre preconceito por conta de diversos fatores intrínsecos à sua história.
Por moda, por necessidade de atenção, como meio de sustento ou como representação social, o funk permeia diversas camadas da sociedade e se reformula com o passar do tempo na voz de diversos representantes das comunidades. Para uns, motivo de orgulho, para outros a escória da música brasileira. Essas diferenças (e o preconceito) chamam cada vez mais a atenção, e por conta disso escolhi este tema que tem tanto seu lado belo como seu lado feio.
2. HISTÓRIA
O surgimento do funk no Brasil tem, como outros ritmos brasileiros, sua origem influenciada pelos Estados Unidos. Muitos consideram Horace Silver, pianista americano, o pai do funk. Foi ele quem criou a expressão “funk style”, e começou a difundi-la na união do jazz à soul music. Porém, foi com James Brown que o funk ganhou sua principal característica: o estilo dançante.
Nos anos 60, Gerson King Combo trouxe ao Brasil a soul music e a partir daí Tim Maia, Carlos Dafé e Tony Tornado começaram a cantar este ritmo e a adotar o black power, até então americanizado, criando assim o movimento “Black Rio”.
Na década de 1970 os DJ’s começaram a buscar novos ritmos de música negra, no Brasl e no mundo, mas o nome “funk” (em inglês) permaneceu. Foi nesta época que surgiram o Soul Grand Prix e o Furacão 2000, que organizavam bailes dançantes feitos com vitrola hi-fi. Os bailes eram nas favelas.
O “funk carioca” começou a se definir nos anos 80, com influência direta do Miami Bass (um tipo de hip hop com batidas mais rápidas