Baile da Favorita A Elitiza o do Baile Funk

DESIRÉE MATTA
LUIZA MARIZ

BAILE DA FAVORITA:
A ELITIZAÇÃO DO BAILE FUNK

Niterói
2014
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa estudar o espaço da Acadêmicos da Rocinha, focando seu uso no Baile da Favorita. Além disso, busca elaborar um estudo social sobre a importância desse baile, seu significado, e o que ele trás pra a Rocinha e para a cidade do Rio de Janeiro.
O intuito deste trabalho é estudar um espaço cultural não convencional: o baile funk, que é um produto cultural da vida cotidiana das comunidades carentes, principalmente no Rio de Janeiro. O baile funk é um evento que não tem um espaço convencional – como uma casa de festas ou um salão de baile – para acontecer, por exemplo, o Baile do Pistão, no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro, que tem sua “sede” em um galpão na Rua Dona Francisca, mas se expande e ocorre principalmente fora deste, fechando a rua para a execução do baile. Ademais o baile é a maneira encontrada pelos moradores das comunidades carentes de criar um produto cultural direto de suas experiências, vivências e dia-a-dia, dando um espaço para este tipo de manifestação, que é marginalizada por outras classes sociais e recebe muitos estereótipos devido as letras, ritmos e tipos de dança, além de que, muitas vezes, seus frequentadores não tem condições de comparecer em outros eventos culturais da cidade, por causa dos preços altos e do preconceito social.
Nos últimos anos tem havido uma nova vertente do funk, com cantores que se enquadram mais no modelo de música pop e em um estilo que se acopla a todas as classes. Cantores assim saíram da linha de funks com um tema mais “real”; – temáticas sobre a vida nas comunidades, experiências reais e, às vezes, com apologia a drogas e sexo, coisas muito normais em funks tradicionais das comunidades – e entraram em mercado de funks com temas generalizados que agradassem a massa. Esse fato acarretou a expansão do baile para fora de seu local de origem, não deixando de ser realizado lá, mas