“O fazer educativo hoje – libertação ou domesticação?”
Com o processo de industrialização na década de 50, os pais queriam colocar os filhos na escola para estarem aptos ao mercado de trabalho, cresceu o número de escolas e de alunos matriculados. A escola era voltada para reflexão, pensamento, formação ampla e aberta, era uma escola elitista, para poucos. Com o processo de industrialização, surgiu a escola para todos, uma escola seriada, com conteúdo para formar profissionais para o mercado de trabalho. Escolas com salas pequenas, pátios pequenos, a escola não foi reformulada pelos arquitetos, perdeu-se a noção de conjunto, unidade, participação e relacionamento, isso fez com que a escola se tornasse um espaço isolado, uma prisão. Colocar as crianças na escola se tornou afastá-las das ruas, porque nas ruas elas iriam conviver com a violência, com as drogas. O aluno se vê obrigado a freqüentar a escola, a respeitar o professor, mas este professor não tem nenhuma responsabilidade sobre o aluno. Não é possível que a gente possa aprender a formar um ser humano se ele é isolado entre quatro paredes, com um ensino robotizado, o professor fala ou anota no quadro, os alunos copiam, estudam ou decoram para a prova, mas não se relacionam com o que aprenderam fora da escola. Deveria haver uma valorização das idéias e não da vida! Os alunos deveriam aprender mais na prática. Exemplo: se estamos falando sobre meio-ambiente, professor e alunos deveria ir para as ruas aprender na prática, mas isso não acontece. O ensino é abstrato e decorado. As escolas se preocupam com a ética, mas esquecem que ser ético não é cumprir a risca o que a sociedade nos impõe, ser ético é cuidar de si mesmo, é prestar atenção nas pequenas coisas. A escola leva o aluno a agir roboticamente, não leva o aluno a pensar, o aluno anota, decora, faz a prova e depois esquece. A escola se tornou um espaço de alienação. A sociedade se desenvolveu, houve o