“O fazer educativo hoje – libertação ou domesticação?”
Araraquara
2013
Através da entrevista com a Profa. Dra. Viviane Mosé nos permitiu uma intensa reflexão ao que diz respeito aos aspectos da educação oferecida pelas escolas atualmente. A entrevistada inicia seu discurso argumentando que os desafios da educação que enfrentamos não estão limitados apenas à escola, e isto se dá associado à imaturidade política e social a qual estamos vinculados, como afirma o professor e pesquisador da Universidade de Lisboa, Rui Canário. Desta maneira, esse retrocesso político-social, ligado ao grande desenvolvimento tecnológico a qual estamos expostos, geram importantes consequências no modelo escolar utilizado.
A educação em nosso país sofreu grandes modificações. Até a década de 50, as escolas eram baseadas na reflexão e no pensamento, aprendia-se filosofia, artes entre as matérias ministradas, permitindo uma formação ampla, questionadora e reflexiva. No entanto, era uma escola elitista, voltada para poucos e funcionava como mecanismo formador de lideranças, bem como ferramenta seletora, onde apenas os melhores – de melhor classe social ou de grande intelectualidade - teriam oportunidade de chegar a Universidade.
No entanto, com o processo de industrialização, houve a necessidade de se ampliar a educação a todos, ocorrendo a massificação do ensino, para que houvesse mão de obra qualificada para o mercado de trabalho. Ou seja, era necessário que as pessoas soubessem ler, escrever e minimamente pensar para que pudessem ocupar os cargos que surgiam com a demanda industrial.
Assim, em consequência desse processo o modelo escolar também se adaptou a ele, e passou a seguir o modelo fabril de produção em massa. Isto é, da mesma forma que a produção industrial, a escola utilizava uma espécie de “linha de montagem” de conhecimentos. Surgindo assim, a fragmentação do conhecimento, a falta de noção totalitária deste, com intuito de instaurar uma “disciplina” aos