O fazer educativo hoje – Libertação ou domesticação?
A educação para Platão tinha por objetivo formar cidadãos capazes de pensar com autonomia, onde o bem comum é a base para um convívio social sólido e bem articulado. As leis são uma forma de estruturar a conduta moral dos cidadãos perante a sociedade, e devem ser encaradas como algo íntimo à alma de cada um, não somente como um modo de repressão a condutas inadequadas, ele deve realmente acreditar que aquilo é bom para todos.
Em um primeiro momento pode-se identificar que os processos educativos eram somente para a formação daqueles que iriam governar uma cidade perfeita, construída mentalmente por ele, para o qual seriam formados Guardiães mediante um processo seletivo árduo onde só os melhores dariam continuidade ao processo de formação, isto pode ser considerado como uma forma de exclusão, pois, os reprovados deveriam se ocupar de outras tarefas. Os que conseguiam continuar, por sua vez, teriam a missão de transmitir o seu entendimento para que outros possam se libertar da “escuridão da caverna”. Em um segundo momento ele passa a defender um caráter mais público à educação, onde todos os cidadãos teriam acesso ao conhecimento e o mais importante já não é atingir aquele que está apto a governar e sim englobar o maior número possível de pessoas para um melhor convívio em sociedade.
Considerando o contexto político em que as obras de Platão foram idealizadas, nota-se que a filosofia é a maior das ciências, e esta devia ser encarada como forma de salvação para aqueles que habitavam em Magnésia, uma vez que estes habitantes eram considerados escravos de uma verdade limitada, subordinada a frações insignificantes do verdadeiro conhecimento. A estrutura de governo por ele idealizada prova mais uma vez a importância da filosofia, pois, só os mais sábios e experientes teriam o poder em suas mãos, porém, este poder não seria um motivo de vanglória, e sim uma ferramenta de transmissão educativa, uma transmissão dos conceitos da