O Executivo e o Elefante
O Problema de Administrar a Si Mesmo
“Sou atraída por uma força nova e estranha. Desejo e razão puxam em direções opostas.
Vejo o caminho correto e aprovo‑o, mas sigo o errado.”
Medeia
“Aquele que deveria governar os outros deveria primeiro ser o mestre de si mesmo.”
Philip Massinger
Bob era o presidente de uma divisão corporativa de produção localizada no oeste do Tennessee, nos Estados Unidos. Como sua divisão era relativamente pequena, ele tomava todas as decisões em relação às contratações sozinho.
Depois de receber um feedback da corporação e ler livros sobre a importância de delegar, ele se deu conta de sua deficiência e prometeu a si mesmo envol‑ ver os outros em suas decisões. Ligou para o diretor de vendas e pediu a ele que entrevistasse os diversos candidatos para o cargo de representante de serviço ao cliente e fizesse a contratação. Três semanas mais tarde, o diretor trouxe sua melhor opção para o escritório de Bob junto com uma oferta para aprovação. Chocado, Bob murmurou que queria conhecer os três últimos candidatos. Ele não conseguia aceitar a escolha do diretor, pois não sentira nenhuma afinidade com a profissional escolhida ou com seu curto currículo.
Depois de conhecer os outros candidatos, Bob contratou o último homem da
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O E X E C U T I V O E O E L E FA N T E
lista do diretor. Não importava o quanto quisesse delegar a decisão, Bob não conseguia deixar a coisa acontecer. Não importava o quanto desejasse que o diretor contratasse quem quisesse, alguma coisa fazia com que ele tomasse a decisão sozinho. “Minha mente tem uma mente independente”, disse. A decisão foi um desastre tanto para o diretor, que agora tinha ficado ressentido, como para o novo representante de serviço ao cliente. Não surpreende que ambos tenham pedido demissão em menos de seis meses.
Bob estava vivendo uma luta interior que ele mesmo não percebia de maneira explícita e sobre a qual nunca tinha falado antes.