O Estupro e a Natureza Humana
Estupro: História e Política Criminal Moderna
O homem, em praticamente toda a sua história, vivenciou guerras e atrocidades na luta por domínio e poder, subjulgando povos inimigos, escravizando homens e mulheres e cometendo atrocidades contra aqueles que impunham barreiras aos seus anseios por opulência e conquistas. Concomitantemente, quando das invasões e conflitos entre povos, víamos aqueles vencedores da contenda abusarem sexualmente, com uso da violência e da força bruta, daquelas mulheres que outrora se encontravam sob “domínio” dos homens de sua tribo. Não somente mulheres já desenvolvidas física e psicologicamente, mas também crianças e adolescentes eram vítimas do estupro cometido pelos guerreiros rivais.
Registremos, ademais, os abusos sexuais que os líderes de clãs e tribos, os imperadores e aqueles que ostentavam elevado status sociais em suas comunidades, cometiam contra mulheres casadas, deliberadamente e com o conhecimento de seus parceiros, como verdadeiras escravas sexuais destes nobres, objeto de satisfação de suas lascívias, que acabavam por ceder diante das ameaças e da coerção física e psicológica daqueles que detinham o poder sob suas vidas.
Atualmente, poderíamos afirmar que o estupro e os abusos sexuais contra mulheres e crianças de ambos os sexos permanece ínsito em nosso meio social, mas agora velado, silencioso e não menos pernicioso. Os estupradores, muita das vezes, são discretos, não deixam vestígios, e estão em ambientes que menos esperamos, como nosso ambiente familiar, o ambiente escolar de nossos filhos, entre outros que nunca suscitarão nossa desconfiança e suspeita. Poderíamos dizer que os crimes de violência sexual são muito mais frequentes do que imaginamos, e por isso um mal invisível que deve ser combatido com políticas eficientes.
Adentrando nos aspectos psiquiátricos e neurológicos dos maníacos sexuais, é evidente que podemos definir tal compulsão como uma doença.