O dia que durou 21 anos
O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela deposição do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares era o pai de Camilo, o cineasta desse filme.
Os EUA viam-se donos da América Latina, por isso interferiam em várias áreas até em algumas vezes na escolha dos seus líderes. O Brasil, devido sua extensão e influência com seus vizinhos eram vistos com olhos especiais. Os olhos do governo americano no Brasil era os do embaixador da época, que acabou influenciando diretamente a história brasileira: Lincoln Gordon
O embaixador teve grande participação na formação da base estrutural do golpe que culminou em 1964. Ele foi enviado para o Brasil, porque falava um pouco português e tinha a missão de impedir que o governo brasileiro guinasse para a esquerda, pondo em risco os planos dos Estados Unidos. Sua missão no país era provar que Goulart, então presidente, era muito esquerdista e a Reforma Agraria era mais um argumento usado a seu favor.
Os Estados Unidos na figura de Lincoln Gordon ao apoiarem o Golpe, estavam impedindo o Brasil de se tornar um país socialista, fazendo com que o país mantesse relações com o Ocidente, já que era bom para seus interesses. Tendo um país com as dimensões territoriais do Brasil se tornando comunista, seria uma perda muito grande de influência na América Latina e poderia levar a uma onda de revoluções comunista. Devemos relembrar que o mundo vivia uma Guerra Fria: de uma lado os Estados Unidos e do outro a União Soviética.
A ditadura ocorreu por desejo e total apoio dos Estados Unidos da América. O governo estadunidense se atentava em evitar a perda do apoio brasileiro