O Dia que durou 21 anos
Dirigido por Camilo Tavares, o longa tenta dissecar a participação dos Estados Unidos no golpe de 1964, começando no interesse estadunidense pelo Brasil após a renúncia de Jânio Quadros e a polêmica ascensão de João “Jango” Goulart à presidência. A partir daí, por meio de imagens de arquivo e entrevistas, a fita tenta montar o quadro da interferência dos primos ricos do norte no cenário político nacional com o avanço da ditadura.
A questão é que a intervenção nortenha não é dos ângulos mais surpreendentes a serem exploradas sobre a Ditadura Militar, até porque os EUA não chegaram a intervir diretamente no País, embora tenham chegado bastante perto. Inexiste, portanto, uma urgência maior no tema principal que segure a atenção do público até mesmo pelos parcos 77 minutos da projeção.
No epicentro da produção, o único destaque são as imagens de arquivo estrangeiras, que mostram a importância da política do Brasil lá fora, o que mina o complexo de nanico que acomete a maioria dos brasileiros, mostra a importância do nosso país no cenário mundial e contextualiza a necessidade dos EUA na sua desastrada intervenção.
Entretanto, a maioria dos bons momentos do documentário vem de plots introdutórios ou periféricos, com a tensão entre a renúncia de Jânio e a ascensão de Jango sendo o ponto mais alto da película. Também é interessante verificar que os militares até hoje defendem o golpe que eles insistem em chamar de “revolução”, com as exposições de ponto e