o dia que durou 21 anos
Muito gira em torno do Embaixador Lincoln Gordon que estava convencido de que Goulart estava próximo demais da esquerda e avisou o então presidente Kennedy que Goulart não facilitaria acordos com os EUA e poderia estabelecer no país um governo comunista (aliás, muitos acreditam que o Embaixador era membro da CIA e estava no Brasil não para criar relações entre os dois países mas para ficar de olho em possíveis rebeliões comunistas). Em uma reportagem local, o narrador diz com todas as letras “Cuba se foi. Se o Brasil for, levará toda a América do Sul.” Com medo de outra revolução comunista em seu quintal, os Estados Unidos agiram.
Esse medo só aumentou quando Bocayuva Cunha – líder do governo Goulart – veio a público dizer que em uma guerra EUA X Cuba, o Brasil apoiaria Cuba pois nossa política externa era brasileira e defendia apenas nossos interesses – “Brasil acima de tudo”.
Devemos lembrar que na década de 60, a URSS assustava terrivelmente os EUA por seu poderio militar avançado. Por isso, acreditavam que quanto mais países “caíssem” nesse movimento comunista, mais a segurança dos países capitalistas estaria ameaçada. Pelo tamanho e influência de nosso país na região, o Brasil era visto não como a próxima Cuba, mas como a próxima China.
Goulart recusou-se a ouvir qualquer tipo de argumento norte-americano contra o comunismo.
Acredita-se que a propaganda política distribuída antes do golpe militar fosse amplamente apoiada pela CIA e focava em criar instabilidade de maneira a aumentar a pressão da oposição e derrubar o governo eleito. “Foi ali que começou a queda do Jango….quando viram que ele tinha o povo do lado dele.”
E não pense que o documentário entrevista apenas os esquerdistas não. Plínio está aqui, claro. Mas também temos ex-militares,