O determinante de gênero na produção textual de alunos indígenas
À luz da teoria variacionista de Willian Labov e dos textos de Sttela Maris Bortoni-Ricardo este estudo teve como base a sociolinguística variacionista e a sociolinguística educacional, respectivamente, e tem como objetivo contribuir para o ensino da Língua Portuguesa. A pesquisa não se limita apenas em apontar os “erros”, mas em divulgar a todos os professores de Língua Portuguesa que trabalham com alunos bilíngues que tal especificidade existe nessas situações e, assim, provocar neles uma didática especial que considere métodos diferenciados para a sua prática docente. Ao mesmo tempo, apresentar-lhes uma proposta de estudo que possibilite a discussão e o entendimento da realidade das variedades linguísticas brasileiras, sensibilizando-os para as dificuldades de escrita de seus alunos, com base teórica, mas sem se omitirem da função que lhes cabe. Tais atitudes contribuirão para que o ensino-aprendizagem seja muito mais satisfatório para ambas as partes e para a sociedade na qual se encontram inseridas. Neste trabalho serão apontadas as interferências orais da Língua Terena, doravante chamada apenas de (LT ou L1), na produção textual escrita dos alunos em Língua Portuguesa (LP ou L2), uma vez que a L1 é de uso constante, sobretudo no meio familiar, pelas comunidades envolvidas nesta pesquisa.
A Sociolinguística Educacional é uma corrente, segundo Bortoni-Ricardo (1999, p.1) que “pode contribuir para melhorar a qualidade do ensino da Língua Portuguesa porque trabalha a realidade linguística dos usuários dessa língua”
Teoricamente, a sociolinguística variacionista aporta a análise das variáveis em estudo nesta pesquisa, ou seja, as variáveis escolaridade e origem geográfica dos informantes, alunos das escolas Pascoal Leite Dias, Aldeia Limão Verde e Reginaldo Miguel, Aldeia Lagoinha. Já a sociolinguística educacional conduz ao apontamento de situações em que se verifica a influência da Língua Materna Terena na produção textual em Língua Portuguesa