O Cientista - Paolo Rossi
ORGANIZADOR: Rosário Villari
CAPÍTULO: X – O Cientista
AUTOR: Paolo Rossi
In: VILLARI, Rosario (org.). O Homem Barroco. Lisboa: Editorial Presença, 1995, pp. 229-250;
FICHAMENTO TEXTO:
“A Ideia de que conhecer o mundo tem a ver com a sua transformação (ou que há mesmo uma identidade entre conhecer e fazer) percorre a cultura científica do século XVII.” (p. 236)
“A Arte não é (como defendia uma tradição medieval muito divulgada) a macaca da natureza, e não está de joelhos diante da natureza. Os produtos da arte não são diferentes ou inferiores aos da natureza.” (p. 237)
“O empenho em favor de um saber universal, que todos podiam compreender porque a todos podia ser comunicado, converte-se num tema central e dominante.” (p. 239)
“As três ideias centrais da nova imagem do saber são: 1) para se ter acesso à ciência e à verdade, não é necessário nenhum processo de iniciação de tipo religioso, nem é necessário desprezar a parte da natureza humana que é apenas humana ou pertencer ao grupo dos eleitos e dos iluminados: basta pura e simplesmente pertencer a espécie humana; 2) os processos de acesso à verdade ou os métodos não são inacessíveis, secretos, incomunicáveis ou complicados: são modestos, simples ou humildes, podem ser expostos numa linguagem clara e é por isso que são, por princípio, se não de fato, acessíveis a todos; 3) por conseguinte, todos os seres humanos podem ter acesso ao saber e a verdade; o saber científico não se assemelha a uma revelação ou a uma experiência mística incomunicável, é apenas a explicitação de potencialidades existentes em todos; a ciência (como Arlauld e Nicole afirmarão em Eléments de géometrie) consiste apenas em fazer avançar aquilo que sabemos naturalmente.” (p. 239)
Citando Descartes: “A história é aquilo que já foi inventado e está exposto nos livros, a ciência é o talento para resolver problemas, é a descoberta de tudo o que a mente humana pode descobrir.” (p.242)
“O modelo que se pretende