O capitalismo comtemporaneo
O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Como vimos no capítulo anterior, somente no capitalismo o modo de apropriação passa a se basear na desapropriação dos produtores diretos legalmente livres, cujo trabalho excedente é apropriado por meios puramente econômicos: desprovidos de propriedade, os produtores diretos são obrigados a vender a força de trabalho para sobreviver, e os capitalistas podem apropriar-se do trabalho excedente dos trabalhadores sem uma coação direta. Capital e trabalho são profundamente dependentes do mercado para obter as condições mais elementares de sua reprodução: os trabalhadores precisam dele para vender a força de trabalho e adquirir os meios de sua subsistência; os capitalistas, para comprar a força de trabalho e os meios de produção, bem como para realizar seus lucros. O mercado passa a ser determinante e regulador principal da reprodução social, penetrando inclusive na produção da necessidade mais básica da vida: o alimento. Criam-se os imperativos da competição, da acumulação e da maximização do lucro.
Vimos também como as forças competitivas foram fatores fundamentais na expropriação violenta dos produtores diretos (camponeses), na “A Assim chamada acumulação primitiva” ( Marx, Livro I, volume 2 de O Capital). Os cercamentos das terras comunais e dos campos abertos ingleses representaram, de fato, a extinção, com ou sem a demarcação física das terras, dos costumes em comum e dos direitos consuetudinários dos trabalhadores e pequenos proprietários, visando a criação extensiva de ovelhas ou o cultivo de terras aráveis com maior produtividade. Assim também nascia uma nova concepção de propriedade privada: a propriedade, no capitalismo agrário nascente, passava a ser, além de privada, absoluta e exclusiva, ao excluir grandes contingentes de indivíduos e comunidades do acesso à terra e aos meios de produção.
O capitalismo industrial desenvolve-se, nos séculos XVIII e XIX (através da chamada Revolução Industrial), como