O Branqueamento da História na Primeira República
"Bandidos da pior espécie, (...) gatunos com o seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas natos com grandes patriotismos íntimos - de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime [republicano]." - Fernando Pessoa (1888 - 1935)
Todos os anos a 5 de Outubro, assistimos à repetição do mesmo ritual que não só já cansa, como se tornou entretanto demasiado caro para os bolsos do típico contribuinte português. A Terceira República Portuguesa - um regime gasto, corrupto e a cair de podre - celebra a imposição da sua antecessora em 1910 através de um golpe de Estado maçónico. Multiplicam-se por estas alturas os congressos e as conferências em que a Primeira República é romanticamente apresentada como o "ideal perdido". Nas escolas, a pouca história que ainda se vai ensinando raramente aborda "o outro lado" da Primeira República. Quem escreve os manuais de história, é sempre muito rápido em dedicar páginas inteiras às torturas e prisões arbitrárias feitas pela PIDE/DGS durante o Estado Novo, mas sobre as torturas e prisões arbitrárias levadas a cabo pelo regime republicano - de imposição e inspiração maçónica - aí já poucos tocam no assunto...
A Primeira República transformou a ditadura no seu modus operandide governação, e na prática esta alternou sempre entre a supressão das liberdades e o anarquismo bombista. Quando o Partido Republicano foi fundado em 1876, os partidários das ideias republicanas não passavam de uma pequena seita que muitos tomavam por idealistas "lunáticos" e "utópicos", concentrados principalmente em Lisboa, Porto e Coimbra, fora destes centros urbanos praticamente ninguém os conhecia. Fundado pela Maçonaria como uma via para atingir o poder absoluto, o Partido Republicano apenas se conseguiu desenvolver mais a sério a partir de 1890, devido em parte ao Ultimato Inglês com o qual o Partido Repúblicano capitalizou e por outro lado, devido à