O adolescente e o ato infracional
Ao dar início a um dos assuntos mais complexos e em caráter de resolução de urgência no nosso país, ou seja, a questão dos menores envolvidos em atos infracionais/delituosos, é necessária uma discussão mais ampla e abrangente no sentido de se chegar ao fundo da real motivação que impulsiona e encoraja os adolescentes infratores a cometer atos que rotineiramente estão expostos hoje em dia nos jornais de todo o país. Primeiramente devem-se destacar alguns pontos que são cruciais para o desenvolvimento do ser humano, ou seja, condições básicas para a sobrevivência e progresso, seja ele cultural, financeiro, religioso e outros mais que estão previstos em nossa carta magna, a Constituição Federal de 1988, precisamente no Artigo 5º.
Dentre esses pontos estão previstos a educação, a saúde, a moradia, segurança, o trabalho, entre outros que são prioridades na vida do indivíduo e que deveriam possibilitar uma qualidade de vida digna, contudo sabe-se que nem todos eles estão ao alcance da população menos favorecida financeira e culturalmente devido aos governantes não priorizarem o que deveria ser realmente relevante e não aplicarem corretamente os recursos destinados para tal finalidade.
A vida moderna de hoje que é totalmente seletiva, concorrida e desumana acaba descartando todos aqueles que não são “aproveitáveis” ou “aptos” para o mercado de trabalho atual, dando valor àqueles que detêm o conhecimento, que possuem boa aparência e que de preferência possuam experiência profissional. Agora surgem várias perguntas, dentre elas como uma pessoa que nasce em uma determinada comunidade carente, desfavorecida de saneamento básico, de investimentos em educação, saúde, trabalho e segurança, conseguirá se destacar no mercado de trabalho ou no universo seletivo dos estudos? Diga-se de passagem, que estas adversidades e obstáculos a que essas pessoas encontram no árduo caminho do dia-a-dia, que é cruel e sofrido não justificam uma desculpa