Calor excessivo nas fábricas castiga trabalhadores
No momento em que esta matéria estava sendo escrita, a temperatura em São José dos Campos estava em 34 graus, com índice extremo de raio ultravioleta (UV 13).
Embora a temperatura já esteja bastante alta, nada se compara à sensação térmica percebida nas fábricas. Em todas elas, a reclamação é geral: a falta de sistemas eficientes de ventilação e exaustores coloca os trabalhadores em condições quase insuportáveis.
Enquanto os chefes ficam em escritórios com ar-condicionado e água fresca, a grande maioria dos metalúrgicos tem de aguentar ambientes com o calor excessivo dos galpões fechados. Exemplos não faltam. A começar pela Embraer. Há anos os trabalhadores reivindicam mais refrigeração. E não é à toa. Os hangares são cobertos por alumínio ou folha de zinco; alguns têm ainda o agravante de tetos rebaixados, como é o caso do F40, F50 e F30/2. Se o sol lá fora está 34°, dentro dos hangares os termômetros saltam.
Mas tem uma situação ainda pior: dentro dos hangares também fica a montagem dos aviões. O corpo da aeronave é fechado, com pouquíssima ventilação, e é ainda mais quente que o próprio hangar. Um grupo de trabalhadores tem de ficar dentro desses aviões o dia todo, saindo apenas para as refeições e para ir ao banheiro.
O problema seria facilmente resolvido se a Embraer colocasse algum sistema de refrigeração dentro avião. Mas, apesar das inúmeras reivindicações do Sindicato e da Cipa, nada é feito.
O Sindicato também já reivindicou a troca dos uniformes para esse período de calor, com o uso de bermudas (onde for ergonomicamente permitido) e camisas mais leves. O assunto será discutido novamente este ano com a empresa e já está na pauta de reuniões.
Zona Sul
Nas fábricas da Zona Sul de São José dos Campos, o problema do superaquecimento na linha de produção já se tornou uma “epidemia”. E como se não bastasse a falta de refrigeração e de exaustores, os trabalhadores ainda têm de beber água quente,