A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo – Max Weber
Ele define o capitalismo não como a ganância ilimitada de ganho, já que esta tem sido comum a toda sorte e condições humanas em todos os tempos, mas como a busca racional do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente. Mais precisamente ele define a ação econômica capitalista como “aquela que repousa na expectativa de lucros pela utilização das oportunidades de troca, nas possibilidades pacificas de lucro”, ajustada por calculo em termos de capital. Essa forma de capitalismo difere do aventureiro capitalista, cujas ações tem caráter predominantemente irracional e especulativo, direcionado para a aquisição pela força.
Considerando que alguma forma de capitalismo ou de empresa capitalista já existia em diversas sociedades desde a antiguidade, Weber afirma que o Ocidente desenvolveu uma forma diferente do capitalismo, baseada na organização racional do trabalho livre, na organização industrial racional e voltado para um mercado regular. No entanto, para ele a moderna organização racional das empresas capitalistas não seria possível sem outros dois fatores importantes: a separação dos negócios da moradia da família e uma contabilidade racional.
Segundo o autor, os conflitos de classe que permeiam a sociedade ocidental, especialmente entre burgueses e proletários, são ausentes em outras sociedades devido ao fato de que essas classes são fruto da organização capitalista racional do trabalho.
Para o autor, em uma história universal da cultura, o ponto chave a ser discutido é a origem do sóbrio capitalismo burguês, com sua organização racional do trabalho, ou seja, a origem da classe