Introdução a max weber e a “ética protestante e o espírito do capitalismo
O que um livro publicado em 1904, que trata basicamente de características de um movimento religioso pouco influente por aqui, o protestantismo – movimento de contestação dos dogmas e da organização da Igreja Católica, no século 16 –, vem fazer no topo de uma lista das “melhores obras de não-ficção do século” de um jornal brasileiro?
O ensaio histórico-sociológico de Max Weber buscou vincular o conteúdo doutrinário do protestantismo com a economia capitalista – “este último caracteriza-se por uma racionalidade específica, para a qual concorreu a noção de trabalho como vocação e ascese intramundana, gerada no calvinismo. Sem postular uma causalidade estrita, o autor demonstra haver uma afinidade entre ambos”.2 Neste estudo, buscaremos dar um resumo das linhas gerais da mais importante obra de Weber.3 Também serão levantadas algumas perguntas no decorrer do estudo, e, na conclusão, serão abordadas algumas questões criticas, para estudo posterior. Por uma questão de brevidade não serão desenvolvidos os pressupostos weberianos, “em seu esforço obstinado para estabelecer a eficácia histórica
Ministro da Convenção Batista Brasileira, doutorando em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, onde leciona Teologia Sistemática. 1 “Caderno Mais!” em Folha de São Paulo (Domingo, 11 de Abril de 1999). Participaram da escolha o crítico literário e escritor Modesto Carone, o antropólogo Roberto DaMatta, o físico