Fichamento - Introdução do autor, de “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, Max Weber.
Espírito do Capitalismo”, Max Weber.
Maringá
2013
O conhecimento empírico do Oriente é altamente desenvolvido, porém nem todos os livros de leis da índia e de outros lugares possuíam formas estritamente sistemáticas de pensamento, tão essenciais a uma jurisprudência racional como a lei romana e o direito ocidental por ela influenciado. Uma estrutura como o cânone jurídico é conhecida apenas no Ocidente. A mesma observação é válida no tocante às artes, embora tenham existido como meios de expressão de várias tradições musicais. Na arquitetura, o uso racional da abóbada gótica como meio de distribuição de cargas e cobertura de espaços de todas as formas e, como um princípio construtivo de grandes edificações monumentais e como fundamento de um estilo, extensivo à escultura e à pintura, como as criadas pela Idade Média, não ocorreu em nenhum outro lugar, assim como a Imprensa e os periódicos, apareceram só no Ocidente.
Nossas Universidades existiram na China e no Islão. Mas a busca racional, sistemática e especializada da ciência por parte de pessoal treinado e especializado existiu somente no Ocidente, num sentido que se aproxima de seu papel dominante na nossa cultura atual. Isso é verdadeiro, acima de tudo, no tocante ao funcionário público. As funções mais importantes da vida diária da sociedade são desempenhadas por funcionários públicos treinados técnica, comercial, e acima de tudo legalmente.
O capitalismo, porém identifica se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção. O capitalismo e as empresas capitalistas, inclusive com uma considerável racionalização do cálculo, existiram em todos os países civilizados do planeta.