A M Dia Sua Influ Ncia E O Voto
Sistema eleitoral
O impacto dos meios de comunicação sobre o processo eleitoral constitui, desde o início do século XX, uma importante linha de pesquisa na Ciência Política, sobretudo nos Estados Unidos. As pesquisas e a literatura europeia, que também tratam da influência da mídia sobre o processo eleitoral, tendem a ressaltar o efeito que os meios de comunicação, sobretudo os eletrônicos, vêm provocando nas competições eleitorais: a personalização das disputas e o enfraquecimento dos partidos políticos.
No entanto, Luís Felipe Miguel, da Universidade de Brasília, em artigo publicado na última edição da revista Opinião Pública, afirma que o declínio dos partidos e a personalização da competição política, no caso brasileiro, seriam efeitos do próprio sistema eleitoral. Aos meios de comunicação de massa - a situação de oligopólio privado dos meios de comunicação no país e o peso diferenciado da televisão na sociedade brasileira.
A chamada personalização da política, que faz com que os eleitores, muitas vezes, julguem os políticos por critérios de personalidade em detrimento dos partidos políticos aos quais eles pertencem, seria uma característica histórica do sistema eleitoral e político-partidário brasileiro. A ação dos partidos no parlamento tende a ser fragmentada e, no geral, eles conquistam pouca lealdade entre o eleitorado. "As legendas partidárias não são importantes para a elite política, que se utiliza delas conforme as conveniências de momento, nem para uma grande fração do público, que não se preocupa com elas na hora de fazer sua opção eleitoral", enfatiza Miguel.
Poder da mídia
Aliado à personalização da política e à volatilidade dos partidos é que o papel dos meios de comunicação no processo eleitoral ganha relevância, sobretudo a centralidade da televisão em relação aos outros meios. A Rede Globo, por exemplo, detém mais da metade da audiência do país. Nos Estados Unidos, apesar da tendência a fusões entre