A utopia de thomas morus
“Todos os anos, três velhos experientes e capazes são nomeados deputados por cada cidade e se congregam em Amaurota, a fim de tratar dos negócios do país. Amaurota é a capital da ilha; sua posição central transformou-a em ponto de reunião mais conveniente para todos os deputados”. Morus. A utópia, II, p. 25.
Segundo Thomas Morus o único governante legítimo é aquele escolhido pelos cidadãos. É necessário um governo democrático, eleito e diretamente ligado aos interesses do povo. Descreve o povo ou cidadão, todo e qualquer membro da comunidade. Na sua visão de sociedade igualitária em todos os sentidos, são muito poucos os que não são considerados membros dela. Os mais velhos, e por conseqüência para Morus, os mais sábios, teriam mais capacidade de decidir o que é melhor para todos. Em Utopia, as decisões políticas são feitas com base em uma estrutura que tem como as células básicas a divisão em famílias. Cada família é comandada pelo homem mais velho, e certo número de famílias vai eleger um magistrado regional (sifogrante ou também chamado filarca) que as governará. Cada dez destes obedece a um magistrado superior, também eleito (protofilaraca ou traníboras), e os sifograntes ainda elegem um príncipe. Os traníboras e o príncipe reunidos são o senado, e deliberam a política da ilha. Mesmo assim há um rígido controle da base popular sobre o que o senado pode fazer.
Organização do trabalho
“A família agrícola se compõe pelo menos de quarenta indivíduos, homens e mulheres, e de dois escravos. Está sob a direção de um pai e de uma mãe de família, pessoas graves e prudentes. Trinta famílias são dirigidas por um filarca .Todos os anos vinte cultivadores de cada família regressam à cidade; são os que terminaram seus dois anos de serviço agrícola. São substituídos, então, por vinte indivíduos que ainda não serviram. Os recém-chegados recebem instrução dos que já trabalharam um ano no campo, e, no ano seguinte, se tornam instrutores por sua vez. Assim os