A Teoria na prática: reflexões e recursos metodológicos aplicados ao campo etnográfico
Hood foi aplicada como ferramenta de produção, coleta e documentação dos dados a serem trabalhados na pesquisa. Esse método pôde estabelecer a relação mestre/discípulo. Conclui-se que a viagem de campo que apoia-se na literatura do assunto pode encontrar caminhos e saídas que determinam os rumos e o sucesso da pesquisa.
Introdução
A experiência de campo fomentada pelo Instituto Brasil Plural1 foi realizada no período de janeiro a março de 2011 na região do Cariri – sertão nordestino - e teve como um dos objetivos conviver no cotidiano da banda cabaçal dos “Irmãos Aniceto”, no município do Crato-CE, no intuito de coletar dados suficientes para um trabalho em etnomusicologia. Neste artigo pretendo demonstrar como a leitura de trabalhos etnográficos puderam estruturar a viagem de campo e a metodologia de coleta de dados. Na primeira parte do texto busco descrever como Clifford Geertz,
Anthony Seeger e Bruno Netll serviram como base para lidar com as situações delicadas que frequentemente surgem na relação entre pesquisador e pesquisado. Na segunda parte, toma-se a teoria da bimusicalidade de Mantle Hood como principal recurso de produção e coleta de dados.
Ressalto a inserção no contexto dos processos de ensino e aprendizagem e o entendimento do mesmo através da observação participante. Maior aprofundamento e conteúdo dos dados coletados e melhor aproveitamento do tempo em campo são alguns dos benefícios deste recurso.
Os pífanos são rústicas flautas artesanais tocadas transversalmente que possuem sete orifícios: seis para os dedos indicador, médio e anelar de cada mão e um para o