A revoluçao bolchevique
O bolchevismo chamou de burguesa a revolução de fevereiro, e de proletária a revolução de outubro. Assim, pretendia fazer passar seu regime como dominação do proletariado e sua política econômica como socialismo. Essa visão da revolução de 1917 é absurda, porque supõe que um desenvolvimento de sete meses teria sido suficiente para criar as bases econômicas e sociais da revolução proletária num país que mal tinha entrado no processo da revolução burguesa.
A política dos bolcheviques alcança, no período revolucionário, seu auge com a mobilização e o controle das forças sociais da revolução. A tática revolucionária bolchevique culminou na preparação e execução da insurreição armada. A sublevação violenta converteu-se, para os bolcheviques, numa ação militar coordenada e minuciosamente planejada que tinha como motor e potência dirigente o partido bolchevique e suas tropas de choque.
As consignas da revolução bolchevique, no plano econômico, evidenciaram seu caráter de revolução burguesa. Para as massas camponesas, os bolcheviques simbolizavam a expropriação violenta dos bens latifundiários mediante a ação espontânea da pequena burguesia ávida por terras. Em sua prática e consignas agrárias (Paz e Terra), os bolcheviques expressavam os interesses dos camponeses em luta para proteger a pequena propriedade privada (interesses capitalistas). Em vez de apoiar os interesses do proletariado socialista contra a propriedade feudal e capitalista da terra, os bolcheviques foram, na questão agrária, os defensores implacáveis dos interesses do pequeno capitalista.
O próprio Lênin não tinha uma concepção básica da socialização da produção diferente de uma economia estatal dirigida burocraticamente. Para ele, a economia de guerra alemã e o serviço postal eram modelos de organização socialista: uma organização econômica burocrática e centralista. Lênin viu somente o lado técnico, não o lado proletário e social do problema da socialização. Lênin apoiou-se,