A rede de apoio social e afetivo de adolescentes institucionalizados no sul do Brasil
A problemática da institucionalização na infância e na adolescência, por estar presente na realidade de muitas famílias brasileiras em condições socioeconômicas desfavorecidas, representa uma dimensão relevante na atualidade. O Levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes (Silva, 2004) encontrou cerca de 20 mil crianças e adolescentes vivendo em 589 abrigos pesquisados no Brasil, sendo na sua maioria meninos entre as idades de 7 e 15 anos, negros e pobres. Os dados mostraram ainda que 87% das crianças e adolescentes abrigados têm família, sendo que 58% mantêm vínculo com seus familiares.
O presente artigo teve como objetivo investigar através de teste chamado O mapa dos cinco pontos, uma avaliação da estrutura e função da rede de apoio de crianças e adolescentes. Foram realizados pesquisas com 35 adolescentes com idade entre 11 e 16 anos de idade, de ambos os sexos que se encontram em abrigos governamentais e não governamentais. Nessa pesquisa pode ser percebido que mesmo diante da ausência dos familiares, pois sua permanecem nesses abrigos pode durar de 7 a 142 meses, a preferência por apoio ainda esta focalizada nos pais, principalmente nas mães. No teste também foi percebido que eles se sentem vinculados com aqueles que não são seus genitores e nem familiares, mas que se tornaram importante devido ao cuidado e afeto são eles os membros, técnicos, monitores e funcionários. Mesmo diante dos resultados satisfatórios em relação ao abrigo e seus membros, esse ambiente pode acarretar riscos para o desenvolvimento desses adolescentes, pois existem também na instituição outros adolescentes que estão passando por uma fase de delinquência e que podem influenciar, existe uma alta relação criança/cuidador, alta rotatividade dos abrigos e/ou funcionários e descontinuidade no atendimento. Quando o adolescente não precisa mais permanecer no abrigo, não existe um