A Realidade da Inclusão no Contexto Escolar

A Realidade da Inclusão no Contexto Escolar

Falar em inclusão requer um breve trajeto pela história dos portadores de deficiência. Antigamente, no período anterior à era cristã, os deficientes eram considerados como “coisas” que não possuíam alma, dessa forma eram maltratados e até eliminados por não serem considerados como pessoas. Com a chegada do cristianismo, elas passaram a ser vistas como filhos de Deus e assim passaram a ser cuidadas caridosamente. Nos séculos XVIII e XIX, surgiram instituições destinadas à sua educação. Em meados do século XX, houve uma melhor aceitação do deficiente e uma tendência à sua inserção na sociedade. Foi na década de 1970 que a educação especial chegou ao Brasil como uma das prioridades da política educacional, tendo como finalidade a promoção do aumento e da melhoria no atendimento às pessoas excepcionais em todo o território nacional. A educação especial que surgiu como uma prática para prestar atendimento educacional às crianças com necessidades especiais, com objetivo de atender às especificidades de cada deficiência e apresentando-se com finalidades pedagógicas, continuou segregando e excluindo os indivíduos. Não era possível a convivência de pessoas deficientes em escolas regulares e nem sua interação com indivíduos não portadores de deficiências. As discussões a respeito da inclusão escolar no Brasil começaram a proliferar a partir da década de 80, ganhando força na década de 90, bem precisamente com a Declaração de Salamanca, na Espanha em 1994, resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais. Em 1996, com a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) houve a inserção de alunos com necessidades especiais no ensino regular, conforme (Título III, artigo 4º, parágrafo 3º), artigo esse, que mesmo assim, abriu possibilidade ao processo segregativo. Apesar dessa ambiguidade na lei, a inclusão está sendo efetivada, mesmo que a duras penas, buscando a superação de toda uma