A questão humana
1) O trabalho do psicólogo no filme é, basicamente, evitar que o estresse prejudique a produção, especialmente nos momentos em que há grandes cortes de pessoal. Fora isso, ele também supervisiona funcionários, cujo comportamento se desvie das expectativas dos chefes. Mas em um dia, um diretor da empresa, chama-o para uma atividade diferente, quer que o psicólogo monitore ninguém menos do que o vice-presidente da companhia. O motivo, é que esse vice-presidente apresenta comportamento impróprio, assediando mulheres e demonstrando desequilíbrio para tomar as decisões importantes que lhe cabem.
O Personagem não pode aproximar-se deste alto funcionário da mesma maneira que do resto dos outros, e começamos ai nosso debate ético. Vai, então, procurar o vice-presidente sob pretexto de montar uma orquestra dentro da empresa.
O investigado, porém, logo percebe que há alguma manobra em curso e que a iniciativa de vigiá-lo vem dos altos escalões da empresa.
Inesperadamente, o próprio psicólogo vê-se diante de uma crise moral e ética em relação ao seu trabalho. Quando diz a si mesmo que está apenas cumprindo ordens, ao contornar as crises causadas por demissões e novos processos, ele está fugindo de sua obrigação ética, onde o diretor do filme faz uma analogia usando o mesmo argumento daqueles militares que permitiram as perseguições e massacres contra os judeus.
2) O Código de Ética expressa sempre uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. É baseado em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais, algo que foge do controle para o psicólogo do filme. Por constituir a expressão de valores universais, sócio-culturais, e de valores que estruturam uma profissão, um código de ética não pode ser visto como imutável no tempo.
As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso