A produção social da identidade e da diferença
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O texto “a produção social da identidade e da diferença”, de Tomaz Tadeu Silva, faz parte do livro Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (2000). O texto como um todo trata da questão da identidade e da diferença – ponto central da teoria social e da prática política contemporânea, dando ênfase à importância do processo de produção discursiva e social da diferença. Segundo seu argumento, a questão da diferença e da identidade não pode ser reduzida a uma questão de respeito e tolerância para com a diversidade. A diferença e a identidade não estão de modo simples tomadas como naturais, elas são construções culturais e sociais e como tal devem ser mais do que celebradas, questionadas e problematizadas. De acordo com o autor, em primeiro lugar, a identidade não é uma essência; não é um dado ou um fato, nem da natureza, nem da cultura. A identidade não é fixa, estável, coerente, unificada ou permanente. Também não há uma homogeneidade da identidade. Desse modo, ela não é definitiva, acabada, idêntica, nem transcendental. De qualquer forma, é possível asseverar que a identidade é uma produção, um efeito, um processo de construção, um elemento relacional e uma performance. O autor também destaca a instabilidade, a fragmentação, a inconsistência, as contradições e o aspecto inacabado da identidade, que está, portanto, ligada a estruturas discursivas e narrativas, bem como a sistemas de representação e de poder. Ele procura aprofundar o tema do multiculturalismo criticando uma postura pacifista que defende a tolerância e respeito à diversidade e a diferença, mas não procura debater a produção da identidade e da diferença. Ele principia seus argumentos classificando a identidade como sendo aquilo que se é e a diferença como aquilo que o outro é. Nesse sentido, sem a diferença, a identidade perderia sua razão de ser, ou pelo menos de conceituação. Como a construção cultural de sentido conscientemente se dá por analogia e não por