Identidade e a diferença
Prof. Antonio Felix da Silva Neto
Resenha sobre o texto de Tamaz Tadeu: A produção social da identidade e da diferença
No texto de Tomaz Tadeu sobre a identidade e a diferença, o autor chama atenção sobre questão da valorização do multiculturalismo e da diferença utilizados pela teoria educacional critica e até mesmo na pedagogia oficial, tratadas, segundo ele, de forma marginal, como “temas transversais”, sem a menor preocupação com a teoria da identidade e da diferença. Em outras palavras sem a menor preocupação de analisar essa teoria de forma crítica. O chamado multiculturalismo apóia-se, na opinião do autor, em um vago e benevolente apelo à tolerância e ao respeito para com a diversidade e a diferença.
A identidade e diferença, segundo o texto, são concebidas em uma primeira aproximação como algo independente, autossuficiente, autônomo. No entanto, percebe-se que a identidade e a diferença estão em uma relação de estreita dependência, pois a construção da identidade depende diretamente da elaboração do conceito das diferenças. Dessa forma, essa autonomia somente seria concebida num mundo imaginário totalmente homogêneo, onde as pessoas partilhassem das mesmas identidades, as afirmações nesse caso não fariam sentido. Além de serem interdependentes, segundo afirma o texto, elas são resultadas de atos de criação linguística, produto da cultura e do social. A identidade e diferença não são, portanto, criaturas do mundo natural ou transcendental que esteja simplesmente aí, a espera de serem descobertas reveladas, respeitadas ou toleradas. Como ato linguístico, a identidade e a diferença estão sujeitas a certas propriedades que caracterizam a linguagem em geral, como por exemplo, a linguagem é um sistema de diferenças sem nenhum valor absoluto, não fazendo sentido se consideradas isoladamente.
A identidade e a diferença, pensada dessa forma, não pode ser entendida fora dos sistemas de significação, nos quais adquire sentido, nem como