Identidade e diferença
Quando pensamos em identidade e diferença, primeiro poderíamos fazer alguns questionamentos, que servirão para orientar e como ponto de partida para compreendermos com responsabilidade, todas as questões relacionadas a tais conceitos na sociedade. Seriam eles: até que ponto conceitos definem nossa vida social? Podem sustentar realidades sob suas sombras? Utilizamos os conceitos para esconder o que não podemos enfrentar por ser uma incógnita? Tais conceitos nos impõem ou são âncoras diante da vida social?
“Pensar em identidade e diferença é antes de tudo pensar no modo como se lida com o que é de outrem e com o que é íntimo, como os seres humanos criam identidades ou não e como se relacionam e falam ou não com a diferença. ” De acordo com Deleuze e Guatarri (1995), o pensamento e a vida formam vínculos que não se restringem nem ao uno e nem ao múltiplo, mas como nuances em zonas de intensidades que percorrem todo o corpo social, sem ramificações ou enraizamentos. Percebemos que conceitos geram as limitações. Mas a nossa liberdade acadêmica e mental nos permite estar abertos às apreciações diante do que se estabelece na realidade sócio-cultural, diante as classificações e aspectos nelas existentes, devemos ser críticos, pois, segundo FOUCAULT, 2002, p. 74, toda ordem parece, do ponto de vista do pensamento, como “necessária e natural”, mas é sempre “arbitrária em relação às coisas”. “A história da ordem das coisas seria a história do Mesmo – daquilo que, para uma cultura, é ao mesmo tempo disperso e aparentado, a ser, portanto distinguido por marcas e recolhido em identidades”. (FOUCAULT, 2002, p. XXII). Assim, nosso papel seria o de sintetizar conflitos, diferenças ou afirmativas em reconciliação, harmonia, consideração e intercâmbio