Identidade e diferença
O senso comum caracteriza identidade apenas como as características individuais de cada sujeito, sem problematizar o meio que o cerca e as questões culturais que permeiam as localidades em que estão inseridos, tão distintas quanto os próprios sujeitos. Em pesquisa rápida pelo dicionário mais popular da língua portuguesa no Brasil, encontramos os seguintes verbetes para a palavra “identidade”:
Silva (2000) problematiza conceitos que se limitam a explicar identidade como aquilo que cada um é. O mesmo autor contribui positivamente para a compreensão da identidade e da diferença. Para ele, “A identidade assim concebida parece ser uma positividade (‘aquilo que sou’), uma característica independente, um ‘fato’ autônomo. Nessa perspectiva, a identidade só tem como referência a si própria: ela é autocontida e auto-suficiente” (SILVA, 2000, p. 1). Ainda de acordo com o autor, a identidade é identificada a partir da concepção daquilo que não se é, da diferença do normativo que se torna a moradia da identidade sob essa concepção. Nessa linha de raciocínio, a diferença é identificada como “aquilo que o outro é”. O que resulta numa aproximação entre os dois conceitos, sendo que a identidade é o referencial a partir do qual se define a diferença e a diferença, por sua vez, é o referencial a partir do qual se define a identidade, sendo uma dependente da outra. Fato que refletirá na tendência que se tem de tomar aquilo que somos como a norma pela qual descrevemos ou avaliamos aquilo que não somos.
2. Identidade e diferença como resultado da produção linguística
Assim, as identidades, construídas e percebidas pelos indivíduos e grupos estão estreitamente atreladas aos sistemas de representação, que, por sua vez, se dão a partir dos símbolos criados por determinados sujeitos ou agrupamentos. É a partir dos significados apresentados por esses sistemas de significação que os indivíduos se posicionam como sujeitos. Para Silva:
“A