A produção do Espaço no Nordeste de Minas Gerais
Uma transformação da cultura, da natureza e do modo de trabalho
Diversas culturas formaram o que conhecemos hoje como Vale do Jequitinhonha, desde os índios que habitavam essa região, como portugueses que povoaram essa área atraídos pelos diamantes e os negros que foram trazidos como mão de obra escrava. Marcado pelo metamorfismo das rochas, a região nordeste de Minas Gerais, apresenta uma grande quantidade de quartzito, além de metais preciosos (volume já reduzido pelos anos de explorações), fator responsável pela ocupação do espaço e desenvolvimento das cidades no contorno. O cenário atual da região sofre cada vez mais alterações, tanto em âmbito social como nos quesitos naturais do cerrado.
Inicialmente o que conhecemos hoje como nordeste de Minas Gerais era apenas espaço de ocupação de índios, como “a tribo Krenak que ainda hoje está presente na região” ¹. Ao longo dos anos, com a colonização do Brasil e o descobrimento de metais preciosos, a região de Diamantina, antes Arraial do Tijuco, começou a ser ocupada e diversos povos contribuíram para a formação da cultura mineira. Dentre as diversas forças exógenas presentes nas regiões dos diamantes os portugueses, negros africanos e índios foram os que contribuíram fortemente para essa produção da cultura do Vale do Jequitinhonha. A cultura indígena, presente no cultivo, na produção agrícola de subsistência, entre alguns rituais é percebido nas regiões rurais, enquanto a africana fica mais restrita aos quilombos espalhados na região. Muito dessas culturas já foram perdidas devido à grande influência das novas tendências vindas das outras regiões. A cultura mineradora é a que prevaleceu, mantendo os costumes e tradições do homem europeu branco, como a presença de várias igrejas católicas e o conservadorismo que estes carregam com eles. Mesmo essa cultura do “branco europeu” sofreu modificações ao decorrer dos anos, pois nada que está conectado ao mundo fica estável