A PRISSAO

474 palavras 2 páginas
1 RESENHA SOBRE A PRISSão
Para se estudar a prisão, deve-se analisar, não apenas os discursos sobre esta, mas também, os discursos emanados desta (decisões, regulamentos que são elementos constituintes da prisão, funcionamento da prisão, discursos etc.).
Para Foucault, um ponto marcante na história da repressão foi à passagem do método de punição para o de vigilância. Foi este o momento em que se percebeu ser mais eficaz vigiar do que punir, isso, devido a um “novo tipo” de poder. Segundo o filósofo, a prisão esteve, desde sua origem, ligada a um projeto de transformação dos indivíduos.
Porém, a partir do momento em que a prisão se constituiu sob a forma de vigilância, secretou seu próprio alimento: a delinquência. Em sua concepção primitiva, o trabalho penal não é o aprendizado deste ou daquele ofício, mas o aprendizado da própria virtude do trabalho.
Posteriormente, a partir dos anos 1835-1840, tornou-se claro que não se procurava reeducar os delinquentes, torna-los virtuosos, mas sim agrupa-los num meio bem definido, rotulado, que pudesse ser uma arma com fins econômicos ou políticos.
A Sociedade Industrial exige que a riqueza esteja nas mãos de quem produz, por isso dever-se-ia encontrar uma maneira de proteger esta riqueza: uma “moral rigorosa”. Alguns criminosos eram tolerados pela população. Mas a grande intolerância da população com relação ao delinquente, que a moral e a política do século XIX haviam tentado instaurar, está se desintegrando.
Aceitam-se cada vez mais certas formas de ilegalismos, de irregularidades. Foucault distingue duas espécies de delinquências: a que acaba na polícia e a que se dilui na estética.
Foucault diz que, o que torna a presença e o controle policial tolerável pela população é o medo do delinquente. Sem delinquência, não há necessidade da polícia. Assim, aceitamos entre nós esta gente de uniforme, armada, enquanto nós não temos o direito de o estar, que nos pede documentos, que vem rondar as nossas portas.
Foucault

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