A política e o candomblé
Quem fala aqui para vocês, não é apenas o cidadão Mario Luis da Silva, Consultor de RH e pós-graduando em Gestão Estratégica de Negócios; é também e principalmente o Ogã Mario de Ogun, cujo nome religioso é Ogun Milawure, Axogun do Ile Iya Mi Osun Muiywa, Presidente do Conselho Consultivo do Afoxé Filhos da Coroa de Dadá, professor de ensino técnico, palestrante e pesquisador da cultura e religião yoruba e articulista do Jornal Tribuna Afrobrasileira, o jornal mais antigo das religiões afro no estado de São Paulo, ainda em atividade. Isso não é um caso de dupla personalidade, é a necessidade que um afrorreligioso tem, para que possa exercer a sua atividade laboral, sem ser perseguido ou impedido. Passaram-se 125 anos da abolição e nós ainda não podemos nos expressar da forma que queremos. Precisamos usar de subterfúgios para podermos garantir direitos mínimos de existência, às vezes tendo que negar a própria fé! Acho imprescindível que tenhamos o dia 13 de Maio como referência de luta, não só pelos direitos de inserção social, nos negado até hoje, como também pelo respeito religioso, sim respeito, pois tolerância é intrínseco de um Estado laico! Laicidade não é aquilo que alguns líderes de igrejas eletrônicas propagam pelos seus programas e redes sociais. Estado laico é aquele em que a religião não se intromete nos assuntos da cultura e da política de uma nação. Insígnias e feriados não descaracterizam a laicidade, afinal somente os ateus não têm religião. Porém, aqui no Brasil como tudo é distorcido, políticos religiosos tentam legislar baseados em seus princípios religiosos, disfarçados em proteção ambiental e princípios familiares. Desde a invasão das terras africanas, e o consequente sequestro e escravização do seu povo, o cristianismo vem tentando descaracterizar a identidade da sua cultura e religião. Primeiro foi o paganismo, depois o politeísmo, a demonização de Exú e agora o sacrifício religioso. Passaram a ideia de que