A política na década de 60 e o golpe
(Por Maria Auxiliadora Oliveira da Silva e Neily Lopes Dutra – concluintes de 2000)
Os acontecimentos que culminaram com o golpe militar de 1964, no Rio Grande do Norte, foram bastante tumultuados, mas logo a repressão instaurou-se nos quatro cantos do Estado. “No dia 1º de abril, o Sr. Aluízio Alves, imprensado pelos acontecimentos, redigiu dois manifestos, um a favor da revolução, e o outro, ao lado do amigo Jango”. (GÓES, 1999 b, p. 246). Após consultar Magalhães Pinto, líder nacional da UDN e um dos articuladores do golpe civil-militar, o governador do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves, define posição favorável aos golpistas, passando a integrar-se ao movimento, assumindo com os militares a defesa da Ditadura Militar no Estado.
O governador Aluízio Alves era até então um líder populista, eleito governador em 1960, pelo PSD (Partido Social Democrático), numa coligação que reuniu o PCB, o PS (Partido Socialista) e o PTN (Partido Trabalhista Nacional) – partido do ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão, um dos maiores líderes de esquerda nacionalista no Rio Grande do Norte. Contava ainda com dissidentes udenistas que lhe apoiaram no momento do rompimento político com Dinarte Marizi, o qual preferiu apoiar Djalma Marinho na chapa da UDN. Para os grupos progressistas, esquerdistas e nacionalistas, que apoiaram a candidatura aluizista, a aliança poria fim à política oligárquica, iniciando um período de conquistas econômicas e sociais para o povo do Rio Grande do Norte.
A nível nacional, Aluízio mantinha aliança com o governo João Goulart, mas a nível local sua aliança era com as oligarquiasii e os EUA, através da Aliança para o Progressoiii, motivo que resultou no rompimento com Djalma Maranhãoiv, fato deflagrado nas eleições de 1962, para os cargos legislativos nacionais e prefeituras. Aluízio Alves recusou-se a apoiar a candidatura de Djalma Maranhão