Resenha: Cultura e participação nos anos 60

Resenha de: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M. C. Cultura e participação nos anos 60. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
Gabriel Laviso ZerlimSobre a autora: É graduada em Letras Clássicas pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado em Literatura Brasileira na UFRJ e pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, em Nova York.
Em seu epílogo, a autor descreve a situação que o Brasil se encontrava antes do golpe militar (pré-golpe) e diversas características do período. Entre diversos pontos, a autora trabalha com os diversos partidos políticos existes na década de 60.
É importante destacar o discurso progressista que estava até então em ascendência, com a participação de jovens e aos poucos, se organizava por grande parte da massa do país.
Capítulo I
Ao iniciar a sua obra a autora cita os movimentos da classe média retratando de forma conservadora a “Pátria, a família, e as tradições-mais-caras-ao-nosso-povo”. A autora concentra a ideia de recuo do discurso progressista com a ascensão de Castelo Branco ao poder.
Logo a seguir, Heloise descreve a surpresa de certos intelectuais que defendiam o governo de Goulart com a marcha da família com DEUS, no dia 19 de março, poucos dias antes do golpe.
Durante esse capítulo, a autora demonstra a primeira grande crítica às origens do pensamento de esquerda no período pré-64: A Revolução Brasileira de Caio Prado Jr (um historiador, geógrafo, escritor, político e editor brasileiro). As suas obras inauguraram, no país, uma tradição historiográfica identificada com o marxismo, buscando uma explicação diferenciada da sociedade colonial brasileira.
Caio Prado Jr atribui a sua principal critica a impropriedade da estrutura brasileira agrária (lembrava o feudalismo) e a existência de uma burguesia nacional progressiva.
Segundo a autora, o governo de Goulart estava pressionado por diversos partidos e classes sociais e teria que tomar uma posição rapidamente, pois o pacto interclasses não controlava os sistemas de