A pedagogia da era moderna
Pedagogia Moderna
O
século XVI marca os inícios da pedagogia tal como a conhecemos.
Pensado como tempo de importantes transformações caracterizadas sobretudo pelo individualismo, já anotado com o advento da educação humanista, pela secularização que se dissemina e pela constituição dos Estados modernos, o Quinhentos revelou-se extremamente promissor.
Tempo de descobertas de mundos e homens novos, a educação e a pedagogia não ficariam imunes às transformações que se processavam.
Como revela Cambi (1999, p. 245), neste século tem início mudanças nas técnicas educativas e escolares: “nasce uma sociedade disciplinar que exerce vigilância sobre o indivíduo e tende a reprimi-lo/controlá-lo, inseri-lo cada vez mais em sistemas de controle [...]; forma-se a escola moderna: instrutiva, planificada e controlada em todas as suas ações, racionalizada nos seus processos”, que começados aí, desenvolver-se-ão ao longo da Idade Moderna.
Escolas reformadas
A educação da Reforma insere-se no grande movimento humanista do Renascimento – em sua vertente religiosa –, desencadeada a partir do cisma da Igreja
Católica, ocorrido no século XVI. Martinho Lutero, monge agostiniano inconformado com a venda de indulgências realizadas pelo alto clero, lança em 1517, suas
95 teses nas quais denuncia a corrupção que grassava nas hostes católicas e propõe novo (re)direcionamento à Igreja de Roma no sentido de uma volta às origens.
Instado a retratar-se sob pena de excomunhão, Lutero afasta-se definitivamente compondo o movimento de reforma religiosa.
O movimento de reforma religiosa e cultural, iniciado por Lutero na Alemanha, que tem importantes consequências na história da cultura europeia, assume desde seus inícios um importante significado educativo. Seja Lutero ou Melanchton, os dois maiores representantes da Alemanha reformada também no que diz respeito ao campo pedagógico, embora com ênfases em partes diferentes, voltam sempre a enfrentar o problema