A Nova Ortografia
Um dos líderes da ala insatisfeita é o professor de Língua Portuguesa Ernani Pimentel. Para ele, o acordo não segue uma lógica clara: "Como se ensina que ‘mandachuva’ se escreve sem hífen e ‘guarda-chuva’ com hífen, se as duas palavras são formadas por verbo e substantivo? Como se ensina que ‘super-homem’ se escreve com hífen, por causa da letra ‘h’, mas que ‘desumano’ não tem ‘h’, nem hífen?", questiona ele.
Já para o professor Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, é muito cedo para fazer questionamentos. "Para o grande público, a implantação de um acordo depende da memória visual das palavras", diz o gramático. Ele não compartilha das críticas sobre o emprego do hífen, já que a dificuldade de seu uso não é exclusiva do português. “Todas as línguas que usam o hífen – como o espanhol, o inglês e o francês – encontram a mesma dificuldade”, diz o professor. A questão, explica ele, é que a função do hífen, de forma geral, é mostrar as formas compostas. E a passagem de duas palavras para formar um composto depende muito de como cada um entende a palavra.
Bechara também não concorda com aqueles que dizem que o novo acordo ortográfico complica as regras. Para ele, ocorre justo o contrário. “O fim do trema é um exemplo claro do